A VEJA, Moura Ribeiro negou ter recebido qualquer repasse financeiro do lobista e garantiu que, até a eclosão do escândalo de venda de sentenças, nem sequer havia ouvido falar no nome de Andreson Gonçalves. “Nunca houve nenhuma transação, o que é isso? Não tenho negócio nenhum, nenhum, nenhum. Tenho quase 42 anos de magistratura, nunca aconteceu nada comigo”, disse. O lobista também negou ter realizado qualquer transação com o magistrado. “Não existe este depósito. Estão me colocando como o maior vendedor de sentença do Brasil. Não conheço, não vi, nunca estive com ninguém do STJ, com nenhum chefe de gabinete, com nenhum assessor, com nenhum ministro, com ninguém”, afirmou. Segundo ele, as acusações de que ele comercializava decisões judiciais são absolutamente falsas e estão prejudicando sua atuação como empresário do setor de transportes. “Me pegaram para Cristo”, resumiu. O lobista jurou nunca ter pisado em qualquer gabinete do STJ nem conversado sobre sentenças ou decisões com quem quer que seja, já que ele não é do meio jurídico e, portanto, não teria sequer afinidade com o assunto. Os diálogos recuperados pela polícia, no entanto, mostram exatamente o contrário.